Informações de MP denuncia pecuarista, engenheiro, piloto e empresa por desmate químico de 81 mil hectares no Pantanal de MT
MP denuncia pecuarista, engenheiro, piloto e empresa por desmate químico de 81 mil hectares no Pantanal de MT
MP requer pagamento de indenização de R$ 2.3 bilhões pelos danos ambientais causados. Mais de R$ 25 milhões foram gastos para o destamte químico ilegal.
O Ministério Público do Estado de Mato Grosso denunciou, nesta quinta-feira (17), o pecuarista Claudecy Oliveira Lemes, o engenheiro agrônomo Alberto Borges Lemos, o piloto da aeronave, Nilson Costa Vilela e a empresa Aeroagrícola Asas do Araguaia Ltda pelo desmate químico ilegal de aproximadamente 81 mil hectares de vegetação nativa no Pantanal Mato-grossense.
O g1 tenta localizar a defesa dos citados.
Na denúncia, o MP requer o pagamento de indenização de R$ 2.3 bilhões pelos danos ambientais causados e que respondam pela prática dos seguintes crimes:
- Uso indevido de agrotóxico com a agravante do dano irreversível
- supressão de vegetação nativa em área objeto de especial preservação sem autorização legal
- destruição de área de preservação permanente
- poluição por meio do lançamento de resíduos líquidos e armazenamento de produto ou substância tóxica perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente
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Investigações
Vegetação nativa destruída por agrotóxicos no Pantanal
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Desmate químico destruiu 81 mil hectares do Pantanal Mato-grossense — Foto: Polícia Civil
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Desmate químico destruiu 81 mil hectares do Pantanal Mato-grossense — Foto: Polícia Civil
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Desmate químico destruiu 81 mil hectares do Pantanal Mato-grossense — Foto: Polícia Civil
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Galões de agrotóxicos encontrados durante busca — Foto: Polícia Civil
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Desmate químico destruiu 81 mil hectares do Pantanal Mato-grossense — Foto: Polícia Civil
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Desmate químico destruiu 81 mil hectares do Pantanal Mato-grossense — Foto: Polícia Civil
Mais de R$ 25 milhões foram gastos para o destamte químico ilegal. Os crimes ambientais ocorreram em imóveis rurais localizados em Barão de Melgaço, a 121 km de Cuiabá. Foi apurado que a consumação dos crimes contou com a orientação técnica do engenheiro florestal denunciado e o auxílio da empresa que efetuou a pulverização aérea dos agrotóxicos nos imóveis rurais. Constatou-se ainda que, após a destruição da vegetação nativa, houve o plantio de gramíneas exóticas, conhecidas como “forrageiras”, para instalar e ampliar as atividades agropecuárias desenvolvidas.
Esse foi o maior dano ambiental já registrado no estado, segundo o MP. A área desmatada corresponde ao território da cidade de Campinas, em São Paulo.
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Ao final da ação penal, caso sejam condenados, as penas somadas, relativas aos crimes imputados, podem alcançar 412 anos de prisão, informou o MP.
MP requer prisão
O MPMT recorreu da decisão que negou, no dia 18 de março deste ano, o pedido de prisão contra o pecuarista. O apelo foi feito no dia 12 de abril e aguarda decisão da Justiça.
Já no dia 16 de abril deste ano, o pecuarista permaneceu em silêncio durante depoimento prestado de forma virtual.