Img-Fundo

Informações de Especialista acredita em negociação de tarifas para as carnes brasileiras

Especialista acredita em negociação de tarifas para as carnes brasileiras

Professor da ESPM afirma que Estados Unidos dependem muito da carne bovina produzida no Brasil

14/07/2025 ás 14:57:00

Fonte: Band Agro

Em recente análise sobre a situação atual das relações diplomáticas e comerciais entre Brasil e Estados Unidos, o professor de relações internacionais da ESPM, Leonardo Trevisan, destacou a complexidade e os desafios enfrentados pelo setor agrícola brasileiro em meio a uma guerra tarifária com os Estados Unidos. "Você cantou a bola", afirmou o professor, reconhecendo que os sinais de uma crise já eram evidentes.

Segundo Trevisan, o Brasil já enfrentava um cenário delicado devido às tarifas impostas, que variavam entre 5% e 10%, afetando diretamente a exportação de produtos como carne e café. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, já contava com problemas no setor agrícola americano para manter o equilíbrio do mercado. "[A economia] americana estava tendo problemas com café e estava tendo vários tipos de problemas com carne também", explicou Trevisan, destacando a dependência da indústria americana em relação a produtos brasileiros devido a questões internas de distribuição.

Além disso, Trevisan mencionou que o espaço para venda de carne brasileira no Sudeste e Norte Asiático continua promissor, embora haja preocupações no cenário global. "Nós temos um desequilíbrio aí entre oferta e demanda de carne no mundo", comentou. Ele também criticou a imprevisibilidade do presidente Donald Trump, que, segundo ele, complica ainda mais o cenário: "Ele é muito imprevisível", disse Trevisan sobre Trump.

O professor destacou que os Estados Unidos, apesar de terem o maior rebanho do mundo, enfrentam uma crise de oferta que beneficia temporariamente o Brasil. No entanto, ele ressaltou a desvantagem significativa do Brasil no comércio global, citando que o país representa apenas 1% das importações americanas, estando na 18ª posição entre os exportadores para os Estados Unidos.

Em termos de ações diplomáticas, Trevisan criticou a falta de antecipação e controle das medidas tomadas. "Essas medidas podiam ter sido tomadas antes, com algum controle, alguma probabilidade", opinou. Ele também comentou sobre o impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos, que, segundo ele, afetam mais o Brasil do que o próprio país norte-americano.

Trevisan ainda refletiu sobre um vídeo publicado pelo ex-presidente Lula, onde ele aparece comendo jabuticaba, um fruto nativo do Brasil. Trevisan interpretou o vídeo como uma tentativa de Lula de aliviar as tensões internas, mas também como uma provocação sutil na troca de farpas com os Estados Unidos. "É mais um recado interno do que externo", concluiu Trevisan, ponderando sobre as complexidades e as incertezas nas relações entre os dois países.