Informações de Doguinhos que sobreviveram às enchentes do Sul ganham família em SP
Doguinhos que sobreviveram às enchentes do Sul ganham família em SP
Gaúchos resgatados sofriam maus-tratos; com aproximadamente 12 anos, ganharam irmãos, cuidados, carinho e vivem em chácara de Campinas
Há duas semanas, dois cãezinhos gaúchos que foram adotados em São Paulo já não sabem mais o que são maus-tratos, fome e falta de carinho. Resgatados das enchentes do Sul, os irmãos também foram salvos da situação em que viviam desde antes da catástrofe.Presos no quintal do que parecia ser uma casa cheia de tijolos e entulho que restou quando as águas baixaram, eles foram encontrados junto com mais um cachorrinho que, também amarrado, não conseguiu sobreviver.
Deise Falci, a protetora e socorrista que teve o trabalho divulgado em todo o país durante a enchente, foi quem resgatou os dois apesar das dificuldades de acesso ao local onde eles estavam. "Era um lugar muito pobre e eu estava angustiada, querendo voltar lá. Fomos quando a água já não estava tão alta e em um trecho o motor do barco arrastava no chão. Então, chegamos até onde dava e caminhamos debaixo de um sol escaldante por mais 1,5 km”, contou.
Ao chegar no local, ouviram cãezinhos uivando por socorro. Quando encontraram o quintal de onde vinha o barulho, depararam-se com a cena filmada por Deise (que viralizou posteriormente na internet): todos presos por correntes, magros e doentes. Dois pediam ajuda e um terceiro estava morto, provavelmente por afogamento.
Deise acredita que os dois sobreviventes conseguiram de alguma forma ficar em pé apoiados em alguma coisa e com os focinhos para fora da água durante a enchente e o terceiro infelizmente não teve a mesma condição.
Para voltar o quilômetro e meio até o barco, ela e o companheiro de socorro trouxeram os animais nos braços. “Eu segurei ela (a fêmea) e o macho foi nadando enquanto eu o segurava também. Os dois estavam muito maltratados. Ela, com alguns tumores de mama e ele com o ouvido fechado de otite. Ambos estavam muito fraquinhos, mas finalmente conseguimos chegar de volta ao barco”.
Então, ela postou o vídeo e continuou, nos dias que se seguiram, com os resgates. “Eu nem tinha acesso às minhas mensagens, mas a Camila respondeu àquele vídeo dizendo que gostaria de adotar os dois mais sofridos. Não acreditei nem levei muito a sério porque ela era de São Paulo e também não imaginei que os resgates teriam tanta repercussão”.
Ela estava enganada: os resgates não só viralizaram como sua equipe recebeu uma enxurrada de formulários de adoção preenchidos por paulistas interessados nos doguinhos gaúchos.