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Por que Coliseu? Entenda crítica de Leila e preocupação do Palmeiras com Allianz Parque

Presidente torna público temor do clube com as condições em que o estádio será entregue ao término do contrato de concessão com a Real Arenas, empresa da WTorre

18/01/2024 ás 10:45:00

Fonte: Por Redação do ge — São Paulo

"Daqui a 20 ou 25 anos, vão entregar o Coliseu para a gente e não recebemos absolutamente nada." Assim disse a presidente Leila Pereira, na última terça-feira, reacendendo a polêmica relação entre Palmeiras e Real Arenas, empresa da WTorre responsável pelas obras e administração do estádio. Mas por que Coliseu?

A presidente puxou o assunto por conta própria, e em tom crítico, na última coletiva, tornando pública uma preocupação existentes nos bastidores do Palmeiras: as condições que receberá o Allianz Parque ao fim do contrato com a WTorre.

- Uma empresa fechada com São Paulo, Maracanã, Santos e não paga um centavo. E pela cláusula de confidencialidade não podemos abrir o que acontece. Pelo andar da carruagem, vão entregar o Coliseu, não precisa nem ir para Roma - disparou a presidente.

Desde a reforma, Palmeiras e WTorre firmaram um contrato de 30 anos de concessão, em que a empresa administra e é responsável pela manutenção do estádio até 2044.

Desde 2017, no entanto, as partes estão em disputa na Justiça, com o Verdão cobrando cerca de R$ 136 milhões pelo não repasse de receitas do Allianz Parque, como locação de shows, exploração de áreas em lanchonetes e estacionamentos, além de locações de cadeiras, camarotes e naming rights do estádio. E esses valores aumentam ao longo dos anos.

O problema, no entanto, está no fato de que há quem entenda que, em meio à disputa pela falta de pagamentos, a WTorre cuide cada vez menos da manutenção do estádio. E isso causaria a deterioração da estrutura até que o Palmeiras o receba de volta, ao fim de 2044.

Há torcedores que reclamam sobre condições de limpeza e estrutura dos banheiros, além de desgaste de pintura e manutenção de áreas comuns do estádio.

Por esse motivo a referência da presidente, citando o anfiteatro oval que é uma das atrações turísticas mais populares de Roma, na Itália. Um símbolo da Roma Imperial, mas que está parcialmente em ruínas por causa de saques e terremotos ao longo dos anos.

No caso do próprio Palmeiras, antes de Leila, as críticas mais recentes haviam sido de Abel Ferreira em relação ao gramado, ao fim da última temporada.

O técnico disse que precisaria ser "trocado urgentemente", para recuperação do sintético, mas o piso é considerado pela administração com pouco desgaste - e tem garantia de oito anos, até 2028.

As declarações da presidente, portanto, retomaram o debate sobre o imbróglio entre clube e empresa. Acentua-se a história, ainda, a perspectiva de que a WTorre no último ano assinou com o São Paulo para a reforma do Morumbi e tem acordo com o Santos para a Vila Belmiro.

 

Por que Palmeiras e WTorre brigam na Justiça?

 

Leila reafirmou, na última terça-feira, que desde 2015 o Palmeiras não recebeu nada referente ao repasse de receitas do Allianz Parque.

A WTorre, por sua vez, admite o débito, mas contesta o valor que está sendo cobrado - afirmando ser um montante menor, além de alegar ter valores a receber do clube.

O imbróglio está acontecendo desde a gestão de Maurício Galiotte, que abriu o processo na Justiça Comum em 2017. Na época, o processo começou em cerca de R$ 15 milhões, mas o valor cresce ao longo do tempo e foi atualizado para R$ 136 milhões em agosto de 2023.

Nas últimas atualizações do processo, o Palmeiras cobrava que a Real Arenas mostrasse judicialmente as condições de pagar o valor cobrado, mas a empresa conseguiu suspender o pedido da Justiça.

A construtora tenta tratar o assunto na corte arbitral para tentar chegar a um acordo, como em outros temas divergentes na gestão do Allianz Parque, mas o Palmeiras discorda por entender que não há espaço para discussão no caso.

Na avaliação do clube, a dívida é admitida pela WTorre por relatórios apresentados mensalmente e a empresa só estaria tentando ganhar tempo na disputa.

No início de 2018, a ação chegou a ser extinta sob o argumento de que o tema deveria ser tratado na corte arbitral - como pede a WTorre - e o Palmeiras entrou com recurso, acatado pela Justiça após três anos de tramitação.

Além da disputa na Justiça, o Palmeiras solicitou, e a Polícia abriu inquérito para investigar a Real Arenas, para apuração de possíveis crimes de apropriação indébita e associação criminosa.

Em entrevista ao ge em junho do ano passado, Leila fez duras críticas à parceria e disse que financeiramente a gestão da arena tem sido um "péssimo negócio" para o clube.

– Desde o fim de 2014, pagaram apenas sete meses do que o clube tem direito. Quando falam que o Allianz é um case de muito sucesso, não é um case de sucesso. Seria, se pagassem o que devem – disse a dirigente na época.

A WTorre, em nota no período, rebateu:

– Reafirmamos que este é um modelo de negócio vencedor e que tem sido extremamente positivo para todas as partes.