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Informações de Opinião: Palmeiras entrega pouco em 2025, e Abel precisa encontrar soluções para fazer time jogar mais

Opinião: Palmeiras entrega pouco em 2025, e Abel precisa encontrar soluções para fazer time jogar mais

Desempenho individual e coletivo estão abaixo do que Verdão pode entregar. Elenco mais qualificado e trabalho longevo da comissão técnica geram expectativa para solução de problemas

28/03/2025 ás 09:42:00

Fonte: Por Thiago Ferri — São Paulo

O vice-campeonato paulista deve gerar reflexões no Palmeiras para a sequência da temporada. Perder o título estadual para o arquirrival é dolorido, mas o desempenho individual e coletivo é o que precisa chamar mais a atenção na Academia de Futebol.

Quando começou o torneio, Abel Ferreira declarou que usaria especialmente a fase de grupos como parte da preparação diante de uma pré-temporada mais curta do que o normal.

Depois de testes e o risco de ser eliminado na primeira fase, o Verdão conseguiu a vaga no mata-mata e dava sinais de que começaria a encorpar. Não foi o que aconteceu. O time competiu até o fim, mas viveu mais de transpiração do que lucidez na reta final do Estadual.

Weverton, Raphael Veiga, Abel Ferreira e Leila Pereira na premiação do vice-campeão paulista no Palmeiras — Foto: Marcos Ribolli

Weverton, Raphael Veiga, Abel Ferreira e Leila Pereira na premiação do vice-campeão paulista no Palmeiras — Foto: Marcos Ribolli

O desempenho nas duas finais foi decepcionante. No Allianz Parque, o volume exaltado por Abel Ferreira veio muito mais no abafa e com cruzamentos do que por um bom desempenho coletivo. Na Neo Química Arena, a equipe também teve mais dificuldades para criar.

Na final de quinta, o Palmeiras apresentou um problema que não é novidade em 2025: a dificuldade para começar a construção de jogo.

Diante da dificuldade para passar do meio-campo, a saída muitas vezes foi abusar de bolas longas, sem sucesso. Assim, não conseguiu potencializar Vitor Roque, reforço mais badalado do ano, e que se entregou muito nos três jogos que fez, sofreu dois pênaltis, mas foi pouco acionado pela equipe com possibilidade de concluir jogadas.

Ao longo do Paulista, o Verdão forçou demais o jogo no lado direito com Estêvão. Sobrecarregou seu jogador mais criativo e assim ficou fácil de ser marcado.

A falta de soluções coletivas é agravada pela sensação de falta de confiança dos jogadores. Diante das dificuldades para criar, os atletas arriscavam menos, tornando o jogo mais manjado, sem passes verticais, dribles. Se faltava opção para progredir, a saída muitas vezes era tocar para trás ou para o lado.

Estêvão e Yuri Alberto em Corinthians x Palmeiras — Foto: Marcos Ribolli

Estêvão e Yuri Alberto em Corinthians x Palmeiras — Foto: Marcos Ribolli

Raphael Veiga, escolhido como capitão no jogo dessa quinta, ficou encaixotado entre as linhas de defesa e meio-campo do Corinthians nos dois jogos. Seu desempenho já era ruim nos jogos decisivos e ainda ficou marcado pelo pênalti perdido na Neo Química Arena.

Ele é um dos jogadores que Abel precisa entender como potencializar. Facundo Torres, contratado para assumir a posição de Estêvão na ponta direita no segundo semestre, virou o titular na esquerda e tem tido dificuldades. Um cenário semelhante ao de Felipe Anderson na mesma função, ano passado.

É fato que o Palmeiras não contou nas finais com quatro potenciais titulares (Marcos Rocha, Gustavo Gómez, Mauricio e Paulinho), mas mesmo assim o desempenho poderia ser melhor.

O debate sobre a força do elenco, que marcou os últimos dois anos na Academia de Futebol, não tem mais força em 2025. O clube investiu mais de R$ 400 milhões na janela, trouxe jogadores para posições pedidas por Abel e entregou um grupo com bons nomes especialmente do meio para frente.

Memphis Depay, do Corinthians, e Raphael Veiga, do Palmeiras, disputam bola no segundo jogo da final do Campeonato Paulista, na Neo Química Arena — Foto: Marcos Ribolli

Memphis Depay, do Corinthians, e Raphael Veiga, do Palmeiras, disputam bola no segundo jogo da final do Campeonato Paulista, na Neo Química Arena — Foto: Marcos Ribolli

 

Com Brasileirão, Copa do Brasil, Conmebol Libertadores e Mundial de Clubes a disputar, o Palmeiras ainda tem muita coisa relevante a disputar, um elenco qualificado, e o trabalho longevo e bem-sucedido de Abel Ferreira para crescer.

Com Paulinho prestes a ficar à disposição, o técnico terá um ataque com potencial para ser o melhor do Brasil em mãos, somando-se Vitor Roque e Estêvão (este até o fim de julho).

No meio-campo, Mauricio vivia grande fase antes de se machucar e voltará em breve. Além do camisa 18, Felipe Anderson e Raphael Veiga já se mostraram muito criativos e precisam ser recuperados.

Richard Ríos é destaque na seleção colombiana, Lucas Evangelista chega como um dos principais nomes do Bragantino nos últimos anos, enquanto Emiliano Martínez e Aníbal Moreno foram investimentos altos feito pelo clube nos últimos dois anos.

Jogadores do Palmeiras junto de Abel Ferreira e Leila Pereira após o vice do Paulista — Foto: Marcos Ribolli

Jogadores do Palmeiras junto de Abel Ferreira e Leila Pereira após o vice do Paulista — Foto: Marcos Ribolli

Isto significa que há opções. Seja para mudar o esquema, mudar mecanismos com a bola, ou mudar peças, Abel tem de onde tirar para fazer o Palmeiras ter um desempenho melhor.

Com a equipe coletivamente mais organizada e jogadores mais agressivos, que arrisquem mais, o Verdão tem condições de mostrar em campo o favoritismo projetado para esta temporada.